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domingo, 26 de outubro de 2014

[Divagação] Jihadismo político ou como 2014 teve as eleições mais intolerantes (até hoje).

Barbárie. Creio que esta é a palavra que primeiro me vem ao pensamento ao pensar nas Eleições deste ano de 2014... Que os candidatos fariam jogo sujo, de ataques espúrios, baixos... politicagem de favores, poluição audiovisual, poluição das RUAS, campanhas elaboradas em mentiras e quase nada em projetos, já era esperado.
No entanto, posso dizer sem reservas que fiquei, e estou, estarrecido pelo modo como grande parte dos eleitores de quaisquer candidatos se portaram nesta eleição. Dentro e fora da rede mundial de computadores.

Não se confunda. Não esperava boa coisa, graciosidade ou tolerância desta ‘luta’. Aprendi com prévias eleições que as pessoas conseguem se tornar tremendos imbecis cegos neste período... porém confesso que o que se apresentou passou da minha linha máxima de “whatafoquismo” comum (nesta área). Pessoas se xingando, proferindo discursos de ódio, generalizações absurdas, desprezo, preconceito e até, pasmem, agressões físicas e materiais por conta de discordância político-ideológica. Inclusive aqueles que pregam tão dito mais pela tolerância! Onde está a coerência? Sei lá, acho que deve ter se perdido no caminho até o servidor.
Estas pessoas perderam completamente a noção de respeito, debate, vivência em sociedade, aceitação e adentraram numa jihad política que não é nenhum absurdo chamar de “Wahhabita”. Se este ano tivemos agressões mútuas, e as coisas escalarem nas próximas eleições, teremos o que? Atentados com bombas à la Haganah? For fuck’s sake...

O absurdo chega a tanto de amigos, famílias brigarem, cortarem relações, ‘tirar da vida’ pessoas que discordavam delas por simplesmente discordar. É até compreensível fazer isto quando a pessoa em questão apresenta uma postura radical e intolerante, mas encerrar relações porque a pessoa não tem seu ponto de vista? Que tipo de ser humano você acha que seria vivendo num mundo onde todo mundo é igual? Além do mais... é tão difícil assim aceitar uma opinião dissonante? Você acha mesmo que você irá mudar alguma coisa com este tipo de visão sobre o mundo? Faça-me o favor.

Pior ainda são os enfrentamentos ideológicos. Em sua ESMAGADORA maioria desprovidos de qualquer conteúdo factual, comprovável, veraz ou no mínimo, justo e imparcial. A praxe nas discussões é uma só: ad hominem, xingamento, estereótipo, preconceito... intolerância e mentiras... assim como nas campanhas. Poucos comprometidos com discutir projetos e não ofensas e acusações. Quem tá perdendo com isso? Nós mesmos.

Aqueles que tentam debater de forma sadia são negligenciados, acusados de prepotência, acusados de “estarem no muro”, têm seus argumentos re-interpretados1, ou simplesmente xingados sem nenhuma cerimônia. Quando o quadro deveria ser o contrário. Assim deveriam ser a maioria. Assim deveriam ser os candidatos: Abertos a conversa, tolerantes, respeitosos e dispostos a mudarem.

Pode parecer para vocês que estou sendo muito pessimista e olhando o espectro de um lado só, mas pra ser sincero, honestíssimo... eu olhei e olhei e não contei uma vez que testemunhei ou presenciei uma discussão ao nível que uma discussão política, e com tais atributos que citei, deveria ter. Mesmo as mais acalmadas tinham seu excesso parcialidade... do que adianta ser calmo se apresentar um posicionamento unilateral? Se for por isso vejo a propaganda política. (Infelizmente até mesmo veículos notoriamente imparciais se deixaram levar bastante. Triste.)

Ainda não sei quem (dos que não se definiram) dos candidatos irá ganhar. Quais deles foram os “melhores” (com o perdão do sarcasmo involuntário). Quais “ganharam o povo”. O que eu consegui tirar de tudo isto é: se nos indignamos dos erros políticos, não deveríamos encher tanto nossas mãos de pedras, pois apesar de nós, a maioria, não sermos pessoas públicas, nosso comportamento geral só causa inveja a eles próprios.






1- (Todos intencionalmente) modificados, mal interpretados, partes ignoradas, erroneamente atribuídos, etc.

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