barra de navegação

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

[Reflexão] Padrões

Padrão é a definição para tudo o que se repete de maneira lógica, dentro de contextos específicos. São nada mais do que moldes para comportamentos comuns. Pessoas podem seguir padrões, objetos podem seguir padrões, fórmulas matemáticas seguem padrões, enfim, os padrões estão em todo lugar. Padrões fazem parte do nosso cotidiano, e temos a capacidade de identificar, com nossa percepção, onde eles estão

 

Eu sou um cara que ama padrões. Afinal, padrões facilitam nossa vida, permitem um certo grau de predição sobre as coisas, ajudam a encaixar conceitos novos dentro de formatos já conhecidos. Essencialmente, são ferramentas para evitar a duplicação de pensamentos. Como desenvolvedor de software, convivo diariamente com padrões. Nesta área, padrões são técnicas de construção que se provaram, com o passar dos anos, benéficas para o processo de desenvolvimento de programas, pois podem oferecer parâmetros precisos e valiosos para prever como um produto se comportará ao longo do processo de desenvolvimento.

Outro exemplo: normas sociais. Definem quais são as melhores formas de se portar, no falar, no vestir, no expressar, no comunicar, enfim, baseado em comportamentos que já se tornaram fixos na sociedade, apesar de não serem, necessariamente, comportamentos obrigados por lei. A vida em harmonia na sociedade moderna é diretamente proporcional à obediência a tais padrões.

Apesar de ser de extrema utilidade na maioria dos casos, confiar demais no padrão muitas vezes nos tira a oportunidade de evoluir os conceitos que temos nas mãos em nome da preguiça de pensar, evitando a "reinvenção da roda", pois essencialmente, adotar um padrão significa ter uma certa preguiça de pensar, e ir contra significa tentar reinventar a roda.



Bem, muitas vezes reinventar a roda pode não ser tão sábio, mas um dia, a roda foi quadrada, e foi preciso quebrar esse padrão para chegarmos ao modelo ideal de roda. Claro que isso é apenas um arquétipo que se costuma usar para exemplificar a ideia, mas ao longo da História da humanidade, vimos várias vezes padrões, ou, para variar um pouco o uso do termo, paradigmas sendo quebrados, e dando lugar a outros, mais próximos à realidade do escopo a que foram propostos: o formato do nosso planeta; o formato do Sistema Solar; e teorias científicas que, após um certo tempo, foram eventualmente refutadas.

Os paradigmas, em geral, tendem a nunca mudar (um grande exemplo disso é o social), mas o grande trunfo de um paradigma é o seu potencial de mudar, mudar para se adaptar, para se adequar a novos conceitos. Um dá lugar ao outro, mas é necessário dar a oportunidade pra que esse fenômeno de fato aconteça. Vivemos em um mundo excessivamente depende de padrões. Desafiar um paradigma social, por exemplo, significa provocar uma grande discussão onde muitos escolherão reter-se a abrir-se a uma nova interpretação em cima deste paradigma.

A zona de conforto, que é a irmã do padrão, é sedutora e tende a nos tornar resistentes a uma mudança de paradigma. Claro, temos motivos pra isso: arriscar-se a modificar sua interpretação sobre uma ideia pode trazer, claro, consequências negativas, e é comum sentir medo do desconhecido, sendo o medo uma das características mais naturais da mente humana.


Entretanto, esse risco pode trazer inovação. Inovar, adaptar-se, e portanto, evoluir é necessário, e os padrões podem ser uma grande ajuda para isso, contanto que eles não figurem como regras inquestionáveis, como vemos nas religiões de caráter radical ao redor do mundo, ou também em grande parte do meio corporativo, que criam pensamentos estáticos no tempo, que de uma forma ou de outra, após tantos séculos de evolução, empurram a humanidade de volta à Idade da Pedra. É um risco que, em nome da evolução, vale a pena.

Sintetizando: crie e obedeça a seus paradigmas, mas, à imagem do tempo, renove-os, ou invente uma máquina do tempo, e troque um futuro de progresso que você mesmo pode criar se abrir sua mente para novos paradigmas, por um passado de estagnação que emanará de sua obediência cega a eles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário