quinta-feira, 21 de novembro de 2013
[Poesia] Sobre o medo (e o homem)
O homem não vê o vírus
Não vê a bactéria
Não vê a miséria
Não respira o amor
O homem não quer sentir dor
Não percebe a flor
Foge do torpor
Mas pisa no caco de vidro
O homem não vê nada
Não percebe que ela é fada
Não vê beleza safada
Não se olha no espelho
Homem não entende de grelho
Não difere peito de joelho
Não difere tons de vermelho
Nem de cinza
O homem não se explode
Não se implode
Não ouve Raul
Nem manda tomar no cú
Homem é intermédio
Dedo médio
Medíocre
Ogro
Mediana
Entre o animal e o anjo
Entre o bacanal e o marmanjo
Entre o doce e o azedo
O homem é um ser que tem medo
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