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quinta-feira, 30 de maio de 2013

[Divagação] Beleza de livores



Ahhh a beleza!
A tão pitoresca e formosa
Mais dignas das prosas (?)
A Argumentos tão banais.

Esta manifestação presente e contínua do nosso cotidiano que permeia da mera admiração até o profundo de um leito.... ou simplesmente a imaginação de algum pervertido que pensa ter visto uma mulher com atributos esteriotipicamente agradáveis. Vamos ver como “a onça bebeu água”.

Para explicitar de que vou tratar digo logo que a beleza aqui em questão é a “beleza” (a partir daqui sempre entre aspas; você entenderá o motivo no decorrer do texto) dos homens. Aquela que distingue e julga impiedosamente todos os seres humanos não se importando com suas histórias ou ocorrências. Antes também quero dizer que creio existirem vários tipos de “beleza”. A natural, abstrata, espiritual e a INDIVIDUAL; sendo a última a que trato aqui.

Pois bem, então sumariamente: O que é “beleza”? Como eu defino esta coisa imprecisa? Deveras simples, “beleza” não existe. Isso mesmo que você leu. Esta merda não existe. Toda essa baboseira que você acha sobre aquela menina, como ela tem um rosto legal, um sorriso lindo, um cabelo maravilhoso e estou sendo extremamente eufemístico aqui porque todos sabem que a maioria dos homens não observam estas coisas ou então você que acha que aquele menino é tão fofo, forte, bonitão, tudinho isto equivale a sabe o que? PORRA NENHUMA! Este é o valor que esses atributos têm; eles não têm. Não são coisas que existem ou coexistem ou até subsistem por elas mesmas, não são autossuficientes, muito menos standalone. São e unicamente tem o propósito de complementar uma “propriedade ou atributo” que fora criado para se rotular pessoas. Este é a “beleza”.

A “beleza” como a conhecemos dentre os humanos se tornou nada mais do que um produto embalado e feito para ser enfiado gargantas (cérebros) abaixo por aqueles que acham isto tem algum peso relevante. Como qualquer produto, é uma mera invenção de pessoas, humanos que visavam/visam obter algo dela. Invenção que putaqueparísticamente sobreviveu aos séculos, ou melhor, milênios.

Deixe-me pegar algumas definições de “beleza” para entender o que quero mostrar.
beleza |ê|
s. f.
1. Perfeição agradável à vista e que cativa o espírito.
2. Pessoa formosa.

Outra...
A beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta. Suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo.

Acho que deu para ficar claro que este é um processo exclusivamente desenvolvido pelo homem e de forma individual, ou pelo menos normalmente deveria ser assim... o que não acontece no todo.

Não me dá raiva às pessoas conceituarem a “beleza” como algo que exista, até porque de fato existe, para cada um e de uma forma unicamente manifestável a cada um. O que me traz raiva e desprezo para com a “beleza” é o fato de as pessoas terem a tomado como supra-sumo da característica individual externa dos seres humanos. E isso não sendo o bastante, concedendo-a uma espécie de ~poder julgador~ para fazer distinções de tudo e de todos!!!
Sabe o quanto isso me dá ódio? Uma coisa que foi INVENTADA ganhar um poder de capacidade o suficiente para segregar pessoas. Tudo isto “justificado” pelo artifício da “beleza” que separa as pessoas em “bonitas e feias”. O epítome da futilidade... fazendo suas vítimas e ganhando mais força através dos produtos vendidos que lhes fazem sentir fora da “beleza”; e ser necessário estar na “beleza”. Das propagandas americanizadas onde as pessoas acordam num mundo perfeito, abrem a janela e soltam um sorriso para o nada em plena 12:00 (a julgar pela posição do Sol), e onde o céu do centro urbano é mais límpido do que o do Salar de Uyuni; e com tudo isto a propaganda oferece um produto de total desafinação com o entoamento, oferece uma margarina. Nunca se perguntou o motivo de uma propaganda de um produto comestível mostrar paisagens e uma mulher acordando sorrindo? É por que é relacionado com o produto? Minha pica que é. É porque o cenário de mundo perfeito e mulher “bonita” já estão arraigados como uma coisa que teoricamente há de ser boa. Quem ditou assim? Sempre foi desta maneira desde que cresci, não é? Isto não torna ainda mais sórdido este conceito?

O fato de esta coisa já está toda pré-pronta na sua mente sem nem você dar conta o torna mais subliminar e mal-intencionado. Então por qual motivo dar credibilidade para uma coisa assim? Creio que você não gostaria de ter alguém tomando uma decisão por você, então por que nisto você se cala?

São estas coisas que não fazem sentido que me revoltam. Não fazem sentido e ainda assim são defendidas de forma cega como regras de ouro por alguns. Tudo porque existe um conceito que foi inserido através dos anos. Conceito esse que é ensinado até sem querer pelos pais e amigos que não se tocam da burrice que é hereditarizar essa merda. Deste modo acaba por se perpetuar esse produto que é a “beleza”; sendo cada vez mais necessário para as pessoas “se tornarem belas”, seja pelos produtos vendidos, academias, cirurgias e os infinitos métodos que criaram para extorquir os mais suscetíveis. Nunca chegando ao final. Ninguém nunca se tornará plenamente “belo” pela mídia e/ou pelos criadores de produtos.
É tanta coisa, tanto artífice, tantas justificativas fajutas que são disparadas para se dar veracidade a isso que chega a se ridículo o nível de preocupação que existe ao redor disto. Enquanto do nosso lado questões de relevância irrefutável são ignoradas.

Como se já não fosse o bastante, a mídia e os marketings em frenesi bizarro, há UMA coisa que consegue me dar mais ódio ainda quando tratando da “beleza”. Culpa das pessoas idiotas que compram esses produtos vomitados a nós. O fato de as pessoas fazerem o ultraje de INVALIDAR todo um conjunto de características boas, caráter, e intenções plenas única e simplesmente pelo maldito, pútrido, miserável, vão, tosco, minimalista e "anti-homo sapiens" motivo de considerarem uma pessoa... “feia”.
AONDE A FODA uma coisa que foi inventada, que nem sequer é soberana, nem sequer tem um consenso, muito menos um conceito bem definido pode ter a audácia de sobrescrever características como o Amor, honestidade, carinho, humildade, inteligência, coragem e outras mil qualidades que eu poderia citar. Onde, me diz?
Não me venha com hipocrisia dizendo que você valoriza estas coisas, seu merda. Ao passo que a primeira coisa que lhe faz DESTITUIR TOTALMENTE a possibilidade de falar com uma pessoa é você considera-la como “feia”. Tenha a honra, bom senso e colhões para admitir que isso importa mais que tudo.

Tão por muito tempo testemunhei na pele e como terceiro estas coisas sucederem... e logo após, alguns ainda tem o espírito de porco em dizer que “não é bem assim”, “ah, tem que tratar com carinho”, etc; vá ser alvejado por toda a quantidade de cartuchos que foram fabricados na WWII seu falso filho da puta do caralho. O Universo se arrepende de conter uma forma de vida como você nele... e eu conjuntamente com ele.
Antes eu não nascesse do que ver estas coisas.

Minha opinião sobre a “beleza” individual se tornou amarga devido a toda essa bagagem fedida que venho acompanhando (e carregando) pelo tempo. Isto criou em mim um desgosto para com esse conceito. As pessoas quando me veem falando sobre a “beleza” desta maneira acham que eu tenho ojeriza pela tal. Tenho ojeriza da forma como as pessoas deturparam-na. A beleza individual para mim existe tão clara e reluzentemente como qualquer preferência que a pessoa tenha, de fato são a mesma coisa. A “beleza” que tenho em minha concepção é um conjunto de disposições físicas que agradam a minha pessoa. Que me chamam a atenção, que me deixam excitado, que me hipnotizam... Isto é a beleza individual na minha observância. Eu não teria ódio se as pessoas parassem por aí. Mas não... Elas tem que discordar, e mais do que discordar, tem que desprezar e por tudo fazer seu modo de enxergar cair por terra. Tudo porque ele viu numa caixa que as “coisas belas” não são como eu falei. 

Se a “beleza” fosse algo absoluto ela teria peso em julgado. Ninguém pode ser culpado/inocentado pela “beleza”. A “beleza” não tem valor quando recai neste campo. Alguém vai ser menos ou mais de alguma coisa por ser “feio ou bonito”? Deus pode escolher quem vai para o céu e quem vai para o inferno pelo rostinho de cada um? (isto é uma alegoria)
Não. Nada disso importa. Se importasse, pessoas “bonitas” não seriam salvas por “feias”. Pessoas “bonitas” não teriam defesa de “feias”. Se isto existisse haveria uma divisão unânime. Como não pode ser mensurável (nem ter peso em julgado) não há como dividir “feios” de “bonitos”. ENTENDA ISTO PELO AMOR DE DEUS/RÁ/EXÚ/HÓRUS/ZEUS/GAIA/MAMMON/LÚCIFER!!!

Compilando... Não é errado você e só você ter um conceito do que é belo. Errado é quando você passa a querer interferir e mudar em propósito o conceito dos outros quando nem ao menos eles te pediram para opinar.
Cada um que viva a vida da maneira que lhe for mais conveniente e agradável aos olhos, mas por favor... dê valor as coisas que não somem e não se esvaem com um simples passar dos anos. A caridade, o Amor, gentileza, humildade, honra, respeito, amizade, sabedoria, inteligência são coisas que não perecem; e lhe garanto, são coisas que lhe serão bem mais úteis do que um simples gracejo de rosto.

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